De acordo com dados da International Data Corporation (IDC) analisados pela ABES, o total de investimentos globais em tecnologia da informação (software, hardware e serviços) durante o ano de 2022 foi de US$ 3,11 trilhões. Além disso, com base em outra pesquisa das empresas a tendência, para 2023, é que haja um crescimento global no mercado tecnológico de 4,5%, e o Brasil, deve apresentar um índice levemente acima da média, de 5,4%
Nesse contexto, uma nova geração de software está conectando, capacitando e tornando todos os aspectos dos negócios e da indústria mais inteligentes, fator que proporciona uma série de benefícios digitais a todos os setores. Mais que isso, os programas de computadores estão “permitindo” um novo mundo.
À medida que as arquiteturas corporativas se movem cada vez mais para modelos baseados em software, novos níveis de resiliência e agilidade são habilitados para responder e lidar com problemas geopolíticos, riscos climáticos e tendências de mercado em constante mudança. Todos esses ganhos também estão associados à maior garantia de segurança e sustentabilidade no longo prazo. As recentes reviravoltas em todo o mundo demonstraram que as cadeias de suprimentos são vulneráveis e sujeitas a influências difíceis de prever. O bloqueio do Canal de Suez em 2021, além dos incêndios florestais na Califórnia, inundações na Europa, secas na Austrália e até as catástrofes em cidades litorâneas do Brasil que acontecem anualmente são exemplos de situações que demandam maior preparação das empresas para lidar com cenários complexos e imprevisíveis.
Segundo Natalya Makarochkina, vice-presidente de Secure Power Division, International Operations da Schneider Electric, em curto prazo, as organizações geralmente precisam se adaptar a novas realidades, por meio de sanções, preços flutuantes de energia ou interrupções. A escassez e os atrasos de diversos fatores da cadeia atingiram notavelmente a construção, a indústria automotiva e até o abastecimento de alimentos.
Como forma de sobrevivência, as empresas podem ter um poder flexível de modelar, planejar e dinamizar a operação de acordo com as mudanças. Isso significa ter sistemas de software que liguem todos os aspectos da operação, tornando-os visíveis, mensuráveis e gerenciáveis de ponta a ponta. Não será mais suficiente simplesmente relatar as operações em toda a empresa, será necessário prever como as mudanças afetarão a produção, a lucratividade e as metas de sustentabilidade. Apesar de complexas, novas arquiteturas estão sendo criadas para permitir que os líderes alcancem um alto patamar de previsibilidade. Agora, há uma expectativa de que as estruturas corporativas futuras incluam uma mistura de 20% de data centers principais, 30% de nuvem pública e 50% de implementações de borda nos próximos três anos.
“Isso trará novos níveis de sensores (IoT), monitoramento, visibilidade, gerenciamento e análise. Os sistemas baseados em nuvem supervisionam essas novas arquiteturas, abrangendo cada vez mais elementos, desde linhas de montagem até leitos de hospitais com implementações de ponta, permitindo instalações de dados regionais e centrais. A base dessa abordagem será não apenas a visibilidade das informações, mas também a orquestração da infraestrutura de dados, com os recursos do DCIM 3.0, que usamos para nos referir a ambientes de TI híbridos”, afirma Natalya.
Uma parte importante desse novo mundo habilitado para software é a profunda integração de inteligência artificial (IA) e aprendizado de máquina (ML), uma vez que a resiliência é alcançada por meio de confiabilidade e previsibilidade. A análise preditiva, por meio da aplicação dessas tecnologias, pode permitir regimes de manutenção preventiva altamente eficazes, que podem detectar ou prevenir falhas antes que possam afetar as operações.
Um exemplo de como isso está acontecendo está na indústria de alimentos, na qual os produtores de hortas estão reduzindo suas temperaturas de estufa como resultado direto do aumento no preço da energia. Com uma plataforma completa de sensores, do pote à prateleira, é possível modelar a mudança de temperatura, prever rendimentos e mudanças de safra, além de entender onde a otimização de custos precisa ser adotada, para lidar com o cenário. Ao serem capazes de processar os dados perto de onde são produzidos, antes que a modelagem central processe os números, os produtores podem adaptar fatores como mão de obra, transporte e distribuição, com base em análises precisas.
Outros exemplos incluem o setor da saúde, em que mesmo os casos de pacientes internados podem ser analisados em tempo real, com o apoio de softwares. Essas abordagens para coleta de dados e estudo inicial só são possíveis com a integração perfeita de recursos de edge computing com dados centrais, por meio do gerenciamento dessa infraestrutura de informações, de DCIM a data lakes e análises orientadas por IA.
Riscos
Ao conectar todos os pontos de conexão entre o usuário e os aplicativos, pode ser que exista algum risco à segurança. Com isso, a indústria de tecnologia desenvolve fortes parcerias para entender os riscos e garantir que os aplicativos e serviços possam manter resiliência, segurança e sustentabilidade para os sistemas de TI do futuro, mesmo que eles abranjam um ambiente híbrido e distribuído cada vez mais amplo.
Esses principais temas de resiliência e segurança são acompanhados por outro requisito crítico: sustentabilidade. Um grande benefício desse novo mundo habilitado pelo software é a capacidade de aplicar métricas padronizadas em toda a linha, para medir e gerenciar emissões e impacto ambiental.
“Apesar do ritmo acelerado da mudança tecnológica, os sistemas e controles de software, com base nos desenvolvimentos em IoT, AI e ML, e computação em nuvem e de borda estão permitindo que as empresas tenham maior visibilidade, percepção e supervisão das operações. Isso fornece um nível de resiliência anteriormente impossível de lidar com o turbilhão de influências no mundo de hoje, além de uma melhor gestão do risco cibernético e uma base para compromissos e metas de sustentabilidade. O software não está nos consumindo, mas, sim, nos capacitando para um novo mundo”, conclui a executiva.
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