O senador Paulo Paim (PT-RS) destacou, em pronunciamento nesta terça-feira (25), que apesar dos importantes avanços do Brasil nos últimos anos em relação às pessoas com deficiência, essa parcela da população ainda enfrenta graves problemas. Segundo o parlamentar, o país tem uma das mais ricas e avançadas legislações do mundo, mas na prática essas pessoas ainda enfrentam obstáculos, sofrem com o preconceito e com a falta de políticas públicas inclusivas. Paim citou pesquisa realizada em 2018 pela Fiocruz e instituições parceiras que mostra grandes lacunas no atendimento às necessidades das pessoas com deficiência no Sistema Único de Saúde (SUS). — As pessoas com deficiência relatam que a necessidade do atendimento médico já é motivo de ansiedade devido às barreiras que terão de enfrentar. As dificuldades começam em como chegar às unidades de saúde. A baixa qualidade dos transportes e a pouca acessibilidade das cidades, a formação insuficiente dos profissionais, o pouco conhecimento específico sobre as deficiências, a dificuldade de comunicação entre pacientes e profissionais também foram barreiras identificadas pela pesquisa. Mostra disso é que, por exemplo, não existem profissionais que saibam se comunicar em Libras [língua brasileira de sinais]. Para o senador, é sempre importante lembrar e insistir na educação inclusiva, garantindo recursos que devem ser utilizados para assegurar o aprendizado de todos. Paim ressaltou que as escolas devem oferecer ensino de libras e braile, e os professores tem que estar atentos às diferentes maneiras nas quais os estudantes aprendem. Ele também destacou que gestores escolares precisam oferecer espaço de formação de professores e demais profissionais envolvidos no processo educacional, além de estimular pesquisas de novos métodos e técnicas pedagógicas de materiais didáticos e também tecnologia assistida. Paim informou ainda que o governo federal retomará a análise do documento que vai regulamentar a avaliação social da deficiência. De acordo com o senador, o Ministério do Direitos Humanos vai coordenar um grupo de trabalho que contará com a participação de vários ministérios, do Senado, da Câmara dos Deputados e de conselhos sociais. Segundo ele, O Brasil tem 17 milhões de pessoas com deficiência e mais de 30 políticas públicas voltadas a essa parcela da sociedade que precisam de uma avaliação "mais equilibrada e humana".