Os smartphones com recursos fotográficos cada vez melhores e as redes sociais geraram uma revolução na forma de consumir imagens. O que no passado era limitado ao filmes com 12, 24 ou 36 poses se tornou ilimitado, com o armazenamento em nuvem. Para um único momento, são cliques e mais cliques. Mas, com os novos hábitos, a tradição de revelar fotografias impressas e eternizar momentos especiais em álbuns de família quase desapareceu.
Usuários de redes sociais, como Instagram, cada vez mais privilegiam a instantaneidade dos registros, quase perecíveis. O recurso do story, por exemplo, fica disponível por apenas 24 horas. Enquete da Opinion Box, realizada em janeiro, mostra que 54% das pessoas postam stories ao menos uma vez na semana. E a rede já alcança mais de 2 bilhões de usuários e aproximadamente 99 milhões de brasileiros.
Ainda assim, os consumidores continuam a enxergar valor em eternizar momentos, embora a correria do dia a dia muitas vezes dificulte. Uma pesquisa de mercado da Leve Fotos, plataforma de álbuns de fotografias, mostrou que 47% dos entrevistados não haviam imprimido nenhuma foto nos 12 meses anteriores. Entretanto, quase 80% relataram ter interesse em fazer álbuns, para registrar as lembranças ou dar de presente. Quando a pergunta é a forma ideal de envio, o WhatsApp foi a plataforma preferida por 46% dos respondentes. A maioria dos entrevistados é do Rio de Janeiro, tem de 35 a 54 anos, é casada com filhos, e 71,4% são mulheres.
Os dados comprovaram o que a empresária Gabriela Haber já vivia: celular lotado de fotos e nada impresso para mostrar aos amigos e família. Carioca, seus pais acompanhavam à distância, do Paraná, o crescimento da neta Filipa pelas fotos mandadas por WhatsApp. A ideia de organizar e eternizar os registros veio da mãe de Gabriela, Norma, que passou a montar álbuns com as imagens da neta.
Formada em administração de empresas, Gabriela enxergou uma oportunidade de negócio: criar uma startup de impressão de fotos, resgatando o hábito dos álbuns, e inovando com o envio pelo WhatsApp. “Você pode até guardar as fotos no celular, mas elas ficam escondidas e ninguém mais vê aquelas fotos, elas só ficam lá. Pior é quando, algumas vezes, acontece de perder. Por isso, é fundamental eternizar esses momentos”, disse Gabriela.
Com os dados da pesquisa de mercado, a empresária percebeu que o envio pelo WhatsApp facilitava a dinâmica para o cliente e era a principal inovação para a startup. O primeiro passo para colocar em prática o negócio foi automatizar o contato pelo WhatsApp, com a criação de um bot no aplicativo de mensagens que recebe os pedidos e as fotos dos clientes.
Para driblar a dificuldade comum de escolher o material para enviar para impressão, ela dá a dica de favoritar as fotos pelo celular e enviar. A qualidade da imagem é mantida se forem enviadas como arquivo pelo aplicativo.
A montagem e diagramação do álbum são importantes para o resultado final, indo além da impressão. O processo leva em média 10 dias úteis, até a chegada do álbum.
Em busca de ampliar a atuação no mercado, a startup buscou parcerias com agências de viagens, que passaram a incluir a criação do álbum de fotos da viagem nos pacotes, e com escolas, para que os pais recebam um álbum com registros dos filhos em atividades e eventos. "A nossa principal inovação foi, sem dúvida, o envio pelo WhatsApp. Isso garante uma praticidade no serviço que é essencial para os dias de hoje", conclui Gabriela Haber.
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