O senador Eduardo Girão (Novo-CE), em pronunciamento em Plenário nesta quarta-feira (31),questionou a participação do Brasil na retomada da União de Nações Sul-Americanas (Unasul). O senador afirmou que o bloco, que já teve 15 integrantes, conta hoje com apenas sete e enfrenta divergências desde a sua criação, em 2008.
Para Girão, o objetivo da Unasul é mais do que apenas consolidar a chamada "pátria grande latino-americana": o projeto teria viés ideológico e busca integrar governos alinhados ao internacionalismo de esquerda e governos socialistas.
— Na verdade, essa integração latino-americana quer consolidar uma espécie de União Soviética latino-americana — uma forma de implantar o socialismo num bloco regional, tendo o Brasil como a galinha dos ovos de ouro, porque o que eles querem mesmo são os nossos recursos, sustentados com o dinheiro dos impostos dos nossos contribuintes, para consolidarem a chamada Pátria Grande Bolivariana — afirmou.
O senador destacou que vários países, incluindo o Brasil, suspenderam sua participação na Unasul ao longo dos anos. Ele mencionou a criação do Prosul, um fórum para o desenvolvimento da América do Sul formado por oito países da região, como uma alternativa ao bloco. Girão alertou ainda para os possíveis impactos fiscais na população da proposta de uma moeda única na Unasul.
— A pergunta que se faz é: o que o Brasil ganha estando nesse bloco da Unasul? Quem é que mais ganha senão os demais países, principalmente a Venezuela. Está claro que é coisa ideológica. Está claro que os interesses do país estão sendo sufocados para o interesse político-partidário. É essa a prioridade do nosso país hoje? Com a retomada agora da Unasul, como quer o presidente Lula, quem vai colocar mais recursos será o Brasil, óbvio — reclamou.
Eduardo Girão voltou a criticar a visita ao Brasil do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, destacando a violação dos direitos humanos em seu país, a perseguição de opositores e o cometimento de crimes. E voltou a chamar a população para participar da manifestação que ocorrerá no domingo (4). O senador chamou a atenção para a necessidade da luta pela democracia e pelos direitos do povo brasileiro.
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