O Senado celebrou nesta segunda-feira (10) o Dia Nacional do Policial e do Bombeiro Militares. A sessão reconheceu o trabalho desses profissionais como heróis e heroínas nacionais e reforçou a importância de o Parlamento reconhecer e valorizar a atividade, principalmente, em relação a sua remuneração.
Ao presidir os trabalhos, o senador Izalci Lucas (PSDB-DF), um dos autores do requerimento para a realização da homenagem, disse que a categoria é historicamente reconhecida como de maior credibilidade pela relevância de sua atuação.
— A missão de salvar vidas exercida com excelência por esses profissionais precisa de reconhecimento, de valorização à altura do desafio que eles assumem diariamente. É preciso promover e dar a eles aquilo que têm direito. Creio que algumas coisas tem sido finalmente reconhecidas, mas há muitas outras que precisam de atenção — afirmou.
Para a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), a figura desses profissionais habita o imaginário da população desde a infância e inspira crianças e adolescentes a seguir por esse caminho.
— Eu fico imaginando o preço que vocês pagam, quantas vezes longe da família. Quantas vezes as mulheres que estão aqui, mães de família, deixam as crianças em casa com febre para cuidar de outras crianças lá na rua? Quantos pais já deixaram as esposas lá perto de ter o bebê para estar lá numa viatura ajudando uma outra mulher a ter um bebê?
Parlamentares reforçaram a necessidade de valorização dos profissionais especialmente a partir de projetos que tramitam no Congresso Nacional. A senadora Leila Barros (PDT-DF) fez referência à luta da bancada do Distrito Federal para que o Fundo Constitucional do DF, que entre outras ações, é usado para custear a organização e a manutenção das forças de segurança pública e do Corpo de Bombeiros Militar, ficasse de fora das regras das regras do novo arcabouço fiscal( PLP 93/2023 ).
— Tirar os recursos do fundo enfraquece as nossas forças de segurança além de piorar a qualidade de vida da nossa população — disse Leila sobre a proposta alterada pelos senadores e que agora aguarda uma nova análise na Câmara.
Outro avanço que precisa de atenção, segundo os congressistas, é o projeto de leique abre espaço no Orçamento para reajuste salarial de 18% a bombeiros e a policiais civis e militares do DF. A matéria consta da pauta do Congresso Nacional desta semana.
— Nós todos sabemos que há uma visão distorcida no país de que Brasília tem a segurança mais bem remunerada, o que não é verdade. Nós temos uma defasagem muito grande que a gente precisa recuperar — defendeu Izalci.
A sessão também foi marcada pela celebração dos 30 anos do ingresso das primeiras mulheres no Corpo Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF). A comandante-geral da corporação, coronel Mônica de Mesquita Miranda, homenageou o pioneirismo das 45 oficiais e suboficiais que entraram na instituição em 1993. Hoje, o CBMDF conta com 1,2 mil bombeiras.
— As pioneiras somos todas nós oficiais e praças, e, mais ainda, aquelas que, durante esses 30 anos, permeiam a nossa corporação. O nosso "sim"resultou no ingresso das nossas praças, e a proficiência dessas praças, que hoje são oficiais (…) foram essenciais para que tivéssemos mais praças.
A coronel foi a primeira mulher nomeada para ocupar o comando-geral da corporação no Distrito Federal.
Representante da primeira turma de mulheres praças do CMBDF, a tenente-coronel Solange Ribeiro da Silva disse que até hoje as bombeiras assumem uma luta diária para combater as desigualdades e o machismo que, segundo ela, ainda desafiam a atuação das mulheres na corporação. De acordo com ela, além de uma atividade exercida com maestria, as mulheres trouxeram um olhar mais humanizado para a atividade.
— Além do desafio profissional, as mulheres enfrentam também a cultura do machismo estrutural, que, claro, está arraigada também na caserna. Surpreende-nos, depois de 30 anos de presença da mulher, perceber que, apesar de muitos avanços, ainda passamos por situações que nos desafiam por conta da busca por respeito e igualdade — disse.
Durante a sessão, o Senado concedeu diploma de reconhecimento pelo desempenho de suas atividades à frente do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal a seis mulheres bombeiras. Receberam a homenagem além de Mônica Miranda e Solange da Silva a coronel Helen Ramalho de Oliveira, a coronel Cristiane Fernandes Simões, a major Lucineide Chagas da Silva Desiderio e a major Maria José Leite.
O Dia Nacional do Policial e do Bombeiro Militares é comemorado em 24 de junho. A data remete à morte do cabo Valério dos Santos Oliveira da Polícia Militar de Minas Gerais, que foi atingido por uma bala perdida durante uma reivindicação por melhores condições de trabalho e de salário, no dia 24 de junho de 1997, em Belo Horizonte.
Já o Dia do Bombeiro Brasileiro é celebrado em 2 de julho, data em que D. Pedro II criou o primeiro corpo de bombeiros no país, em 1856, no Rio de Janeiro.
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