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Julho Verde: SES-TO alerta sobre o câncer de cabeça e pescoço

SUS tocantinense oferece tratamento com equipes multiprofissionais com assistência médica, fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia, nutricionista, assistência social e enfermagem

11/07/2023 às 15h20
Por: Alessandro Ferreira Fonte: Secom Tocantins
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Paciente durante sessão de fisioterapia no serviço de cabeça e pescoço do HGP - Foto: SES/Governo do Tocantins
Paciente durante sessão de fisioterapia no serviço de cabeça e pescoço do HGP - Foto: SES/Governo do Tocantins

Julho Verde é uma campanha criada pela Associação de Câncer de Boca e Garganta (ACBG Brasil) e apoiada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que tem o objetivo de conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de cabeça e pescoço, visto que quanto antes descoberto, maior eficácia no tratamento. A escolha do mês de julho coincide com o Dia Mundial de Prevenção do Câncer de Cabeça e Pescoço, celebrado no dia 27 de julho.

O principal objetivo da campanha é chamar atenção para tumores que muitas vezes apresentam sintomas negligenciados, aumentando casos de diagnóstico tardio, que prejudicam a qualidade de vida do paciente. Dentre as manifestações temos: rouquidão persistente, nódulos no pescoço, dificuldades para engolir, aftas, manchas brancas na boca, mudança de voz e lesões com sangramento e de cicatrização demorada.

Para a médica cirurgiã do serviço de cabeça e pescoço do Hospital Geral de Palmas (HGP), Rayla Souza, “os principais fatores de risco do câncer de cabeça e pescoço estão atrelados com tabagismo e consumo excessivo de álcool, especialmente os tumores de boca, laringe, hipofaringe e orofaringe. Outro fator é representado pela infecção pelo HPV, que também pode ser a causa da doença”.

Ela explica que, “os tumores de cabeça e pescoço podem acometer a boca, a língua, o palato mole e duro, gengivas, bochechas, amígdalas, faringe, laringe, esôfago, tireóide e seios paranasais. O que mais preocupa os médicos é o fato de 60% dos diagnósticos serem descobertos quando as chances de cura e as sequelas já são maiores”, complementou.

A fonoaudióloga do Ambulatório de Especialidades do HGP, Patrícia Policeno, e voluntária da Associação Brasileira de Câncer de Cabeça e Pescoço (ACBG), explica que, “o câncer de cabeça e pescoço provoca alterações fonoaudiológicas com impacto na deglutição, respiração, voz, motricidade orofacial e mastigação. Nós somos o profissional habilitado para avaliação e reabilitação dos distúrbios de fala, audição, voz, deglutição e motricidade orofacial, decorrentes do tratamento do câncer. A escolha do tratamento é definida pelo médico, mas são sempre consideradas pela equipe multidisciplinar, a possibilidades de preservar a fala, a voz, a mastigação e o mecanismo de deglutição; e também pode causar deformidades estéticas, além de consequências econômicas e emocionais, impactando a vida do paciente e família”.

O paciente Almir Ferreira de Castro, de 61 anos, faz acompanhamento no HGP, após diagnóstico de câncer na orofaringe, descoberto em setembro de 2021. A filha dele, Eduarda Marra, relata que o pai um dia começou a reclamar de dor na garganta. “Ele começou a emagrecer muito rápido, perdeu 10 kg em um mês, além da dificuldade para respirar e voz rouca. Devido à teimosia dele de não queria ir ao hospital, o diagnóstico veio tarde, mas nós suspeitávamos que poderia ser câncer pois ele já tinha uns caroços no pescoço, já não conseguia comer e nem beber, pois engasgava”.

“Quando finalmente consegui levá-lo até o HGP para uma consulta, a glote dele já estava praticamente fechada, no mesmo dia que consultamos com a doutora Rayla, ela já internou ele. E começamos a correria pra tentar operar, porém já estava muito avançado e era um tumor inoperável. Teve hemorragia, ficou entubado na UCI, depois que saiu, fez sessões de radioterapia e quimioterapia. Hoje, ele sabe que é um paciente paliativo, aceita a doença e aprendeu a viver com ela. Ele tem consciência de que deveria ter procurado ajuda antes para um diagnóstico precoce”, concluiu Eduarda Marra.

Dados

Segundo dados do setor de Qualidade do HGP, entre junho e dezembro de 2022, o hospital realizou cerca de 300 cirurgias de cabeça e pescoço. E de janeiro até junho de 2023, já foram realizadas 315 cirurgias ou procedimentos.

Campanha

A Associação Brasileira de Câncer de Cabeça e Pescoço (ACBG Brasil) realiza a 7ª Campanha Nacional de Prevenção do Câncer de Cabeça e Pescoço. O tema escolhido para 2023 éCâncer? Não perca a cabeça!, que pretende alertar a população sobre a importância do autocuidado e da atenção aos primeiros sinais e sintomas da doença.

Na quinta-feira, dia 27, é comemorado o Dia Mundial de Conscientização e Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço e o HGP promoverá ações de sensibilização sobre o câncer. Na ocasião, serão entregues materiais informativos aos pacientes e aos servidores da unidade.

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