Saúde Tocantins
Saúde chama a atenção dos motoristas para os cuidados nas estradas
Tocantins já registrou mais de dois mil acidentes, com 250 vítimas, este ano
31/07/2023 09h25
Por: Alessandro Ferreira Fonte: Secom Tocantins
Motociclistas são as maiores vítimas de acidentes de trânsito no Estado - Foto: Luciana de Barros/Governo do Tocantins

“Estava voltando de Lajeado, sou psicóloga lá no município e quando estava chegando a Palmas, depois de passar pelo quebra-molas, um motorista que estava parado fez uma conversão errada e bateu com tudo em mim! Tive uma fratura exposta, a minha lesão foi gravíssima! Os médicos chegaram a falar que eu tinha o risco de amputar a perna”. Esse é o relato da paciente Mayara Santos, de 33 anos, que está internada desde o começo do mês no Hospital Geral de Palmas (HGP), no setor de ortopedia, após sofrer um acidente de trânsito.

A paciente faz parte das 2.243 notificações de acidentes de trânsito registrados no Tocantins de 1º de janeiro a 27 de julho de 2023. Os dados são do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) e mostram que 250 pessoas já foram vítimas de trânsito, sendo em sua maioria motociclistas, 121 vítimas; do sexo masculino (196), que possuem a faixa etária entre 20 e 29 anos (56 casos).

Lucimar Pereira, morador de Palmas, contou como uma simples batida quase o vitimou. “Estava indo para o serviço e quando fui fazer a rotatória outro motoqueiro bateu na traseira da minha moto e caiu em cima da minha perna e quebrou. O motorista era aqueles entregadores e aí vim direto para o centro cirúrgico, onde já passei por uma cirurgia e agora estou esperando a ferida sarar pra fazer a outra cirurgia pra botar platina”.

A gerente de Promoção à Saúde e Agravos Não Transmissíveis (GPSANT) da Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO), Hortência Farias, explica que os acidentes de trânsito constituem uma das maiores causas de mortes no Brasil. "O desrespeito dos motoristas com as leis de trânsito é o principal fator para o registro de acidentes no Tocantins, podendo destacar o excesso de velocidade; o consumo de álcool ao volante; o não uso de capacete; o não transporte de criança na cadeirinha; o não uso do cinto de segurança; o uso do celular ao dirigir. Fatores que podem influenciar até mesmo em violência no trânsito”.

A GPSANT/SES-TO tem realizado ações como a expansão do Programa Vida no Trânsito, divulgação de informes epidemiológicos e articulação com demais instituições da segurança viária para redução da morbimortalidade por acidente de trânsito, com o objetivo de lembrar a sociedade sobre posturas e atitudes que devem ser praticadas diariamente para reduzir o elevado número de acidentes e tornar as ruas mais seguras para todos. “A responsabilidade pela segurança viária é compartilhada entre o poder público e a sociedade, dessa forma percebe-se, a importância da sensibilização dos gestores na tomada de decisão para o desenvolvimento e fortalecimento de ações integradas de prevenção e controle desse agravo e de seus fatores de risco”, acrescentou Hortência Farias.

Dados

Conforme os dados da GPSANT, das 2.243 notificações deste ano 1.671 aconteceram com homens e 572 com mulheres. Entre as faixas etárias, as maiores notificações se dividem nas idades de 20 a 29 anos (596), 30 a 39 anos (447) e 40 a 49 anos (396).

Sobre os óbitos, nos sete primeiros meses de 2023, o Tocantins registrou 250 óbitos, sendo 196 homens e 54 mulheres. Os tipos de vítimas são: motociclistas (121), outros (57), ocupante de automóvel (41), pedestres (22) e ciclistas (9). Entre as faixas etárias, as maiores notificações se repetem nas idades de 20 a 29 anos (56), 30 a 39 anos (49) e 40 a 49 anos (46).

Programa Vida no Trânsito

Para conscientizar a população, foi instituído, em 2010, pelo Ministério da Saúde (MS), o Programa Vida no Trânsito (PVT), dentro das diretrizes de uma ação global coordenada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). No Tocantins, o PVT existe nas cidades de Palmas e Araguaína e tem como foco a redução dos acidentes, no qual afetam diretamente no Sistema Único de Saúde (SUS) e figuram entre as principais causas de mortes e internações hospitalares no Brasil, gerando altos custos para os cofres públicos.