Estar disponível para ofertar um ambiente integrado, humanizado e seguro a quem foi vítima de um tipo de violência é um dos principais objetivos trabalhados diariamente pelo Governo do Tocantins, por meio dos servidores que atuam no Serviço de Atenção Especializada às Pessoas em Situação de Violência Sexual (Savis) e no Serviço de Referência no Atendimento de Crianças em Situação de Violência no Tocantins (Savi).
As duas unidades funcionam 24 horas por dia e são um grande apoio dos órgãos que trabalham a prevenção e o combate à violência, que no mês de agosto desenvolvem a campanhaAgosto Lilás. A campanha foi instituída em comemoração à Lei Maria da Penha, que completa 17 anos em 2023 e carrega esse nome em homenagem à farmacêutica Maria da Penha Maia Fernandes que, durante 23 anos, sofreu violência doméstica de seu marido e, após tomar coragem para denunciá-lo, tornou-se um marco na luta pelos direitos das mulheres no país.
“É de suma importância falar sobre a violência contra a mulher, pois sabemos que a violência contra as mulheres é um fenômeno complexo e multidimensional, que atravessa classes sociais, idades e regiões do nosso país. Infelizmente, por não se trabalhar a conscientização sobre as consequências da violência, ainda há reação de passividade por parte de muitas mulheres. Notamos que a percepção perpassa pela busca de soluções informais ou até conformistas, que ainda há a voz do silêncio e relutância em levar as situações de violência contra a mulher para o espaço público”, ressaltou a responsável pelo Savi, no Hospital Geral de Palmas (HGP), Camila Coelho Bittar.
Em 2022, a equipe do Savis, do Hospital e Maternidade Dona Regina Siqueira Campos (HMDR) atendeu 302 casos, sendo 287 femininos e 15 masculinos. A maioria das ocorrências aconteceram dentro de casa (111) e na faixa etária de 10 a 29 anos. “O Savis é um serviço de Atendimento às vítimas, que atua como referência, promovendo uma atenção integral e integrada de forma humanizada e segura, evitando a revitimização de acordo com o protocolo do Ministério da Saúde e do serviço. O atendimento é multiprofissional, com médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, farmacêuticos e técnicos de enfermagem. O sigilo profissional é garantido e existe o apoio com a equipe na parte ambulatorial de até 6 meses”, informou a coordenadora do Serviço, Sâmia Chabo.
A denúncia de qualquer tipo de violência pode ser feita em delegacias e órgãos especializados, onde a vítima procura amparo e proteção. OLigue 180é uma central de atendimento à mulher que funciona 24 horas por dia, é gratuito e confidencial. “A vítima de violência sexual necessita ser acolhida de maneira humanizada, sem julgamentos ou juízo de valores, pois trata-se de uma violação de foro íntimo, que em algumas vezes causa vergonha e constrangimento. Ou seja, quanto antes a pessoa for atendida, melhor será para a saúde dela”, acrescentou a coordenadora do Savis, Sâmia Chabo.
“A sociedade tem um papel fundamental para ajudar essas mulheres. A população pode ajudar a fazer denúncias e dar apoio às vítimas sem se identificar. Apoiem as ações de sensibilização, para levar a conscientização sobre os tipos de violências e suas consequências”, conclamou a responsável pelo Savi, Camila Coelho Bittar.
Como denunciar
A denúncia de qualquer tipo de violência pode ser feita em delegacias e órgãos especializados, onde a vítima procura amparo e proteção. OLigue 180é uma central de atendimento à mulher que funciona 24 horas por dia, é gratuito e confidencial. Para situações de emergência, a recomendação é acionar a Polícia Militar por meio do número 190; a denúncia também pode ser feita diretamente à Polícia Civil de maneira sigilosa.
Atendimentos
Em 2022, a equipe do Savis atendeu nove crianças, na faixa etária de 0 a 9 anos e 235 na faixa etária de 10 a 19 anos. Dados do Savi apontam que, de janeiro a dezembro de 2022, foram registrados 303 atendimentos. Desses, 64,4% foram do sexo feminino e 35,6% do sexo masculino. Do total, 39% estavam na faixa etária de 5 a 9 anos; 35% estavam entre 1 a 4 anos; de 10 a 12 anos foi de 18,7%; e na faixa etária de menos de 1 ano ficou com 7,3%.
O tipo de violência que se destacou foi a violência sexual com 47,8% seguida pela negligência com 40,9%; logo depois, a violência física com 7,9%; e a psicológica com 7,5%. O documento cita que mais de 77% dos atendimentos de violência sexual indica que pessoas conhecidas foram os supostos autores. Pais, amigos e padrastos aparecem em destaque entre os suspeitos.
Savi e Savis
O Serviço de Referência no Atendimento de Crianças em Situação de Violência no Tocantins (Savi) atende somente crianças, antes de completar 12 anos, vítimas de todos os tipos de violência.
Já o Serviço de Atenção Especializada às Pessoas em Situação de Violência Sexual (Savis) atende pessoas em situação de violência sexual, homens ou mulheres de todas as faixas etárias.
As unidades do Savi e Savis ficam nos hospitais da SES-TO. Atualmente, há um Savi localizado no Hospital Geral de Palmas (HGP) e quatro Savis: no Hospital e Maternidade Dona Regina Siqueira Campos (HMDR); no Hospital Regional de Augustinópolis (HRAUG); no Hospital e Maternidade Tia Dedé (HMTD); e no Hospital Regional de Gurupi (HRG).
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