Saúde CAPACITAÇÃO
Secretaria Estadual da Saúde capacita técnicos para utilização de aplicativo de informação em saúde silvestre
Tecnologia gratuita será utilizada para identificação e localização de primatas não humanos e aves mortas ou doentes de interesse da saúde pública
30/08/2023 09h50 Atualizada há 1 ano
Por: Alessandro Ferreira Fonte: Redação / Agência Tocantins
Aplicativo está disponível em diversas plataformas de forma gratuita - Foto: Laiany Alves/Governo do Tocantins

A Secretaria de Estado da Saúde - SES-TO iniciou nessa terça-feira, 29, a capacitação da segunda turma para utilização do Sistema de Informação em Saúde Silvestre (Siss- Geo), desenvolvido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Nesta etapa, que segue até o dia 1º de setembro, foram convidados técnicos de 125 municípios para serem treinados na utilização do aplicativo, o curso é organizado pela gerência de Vigilância das Arboviroses.

O Siss-Geo é um sistema de informação em Saúde Silvestre, gratuito, disseminado pelo Ministério da Saúde (MS) para registro, em tempo real, de fotos e informações de animais, com localização geográfica automática por satélite, mesmo em situações off-line. O aplicativo contribui para a identificação da localização via GPS e inclusão de fotos de animais silvestres sadios, mortos ou doentes que possibilitam ativar alertas de doenças que podem ser transmitidas para as pessoas, de forma rápida para início das ações de vigilância, prevenção e controle de doenças de interesse da saúde pública.

O médico veterinário da Gerência de Vigilância das Arboviroses/SES-TO, Anderson Marques, explicou que o aplicativo é uma importante ferramenta de vigilância para doenças de interesse público, como a Febre Amarela e a Febre do Nilo no Tocantins. “Esse aplicativo vai somar na investigação destas doenças, nele serão inseridos os locais de epizootias, mortes de primatas não humanos, que é um indício da circulação do vírus da febre amarela e da morte de aves, que é um indicativo da circulação viral da Febre do Nilo. O registro no aplicativo serve de prova, do fato que aconteceu, e irá desencadear as medidas emergenciais de vigilância, prevenção e controle destas doenças no território”, destacou.

A gerente de Vigilância das Arboviroses/SES-TO, Christiane Bueno, relata que o Estado do Tocantins é endêmico para a febre amarela e é o segundo Estado do país a registrar casos de Febre do Nilo, o primeiro a registrar foi o estado do Piauí. “Essas são duas arboviroses, doenças transmitidas por mosquitos, que utilizam como reservatórios animais silvestres, de interesse da Saúde Pública. O Tocantins tem registro da circulação viral das duas doenças, por isso é importante manter as equipes municipais em vigilância e capacitados, prontos para iniciar ações de prevenção e controle visando minimizar os riscos à saúde da população”.

Dados

Este ano não houve registro de caso confirmado de Febre Amarela no Estado, porém, no ano passado, houve um caso confirmado de epizootias, a morte de um primata não humano e dois casos confirmados em humanos, tendo um deles evoluído a óbito.

“Esses dois casos foram de pessoas não vacinadas, que estavam no Tocantins e foram infectados, por isso reforçamos a importância da vacinação tanto para os moradores como para os visitantes”, ressaltou Anderson Marques.

Com relação à Febre do Nilo, o Estado do Tocantins, é o segundo estado da Federação a registrar a doença, segundo o Ministério da Saúde, o caso ocorreu em um menino de 16 anos do município de Caseara, que teve a confirmação da doença e segue com acompanhamentos. Seu irmão segue aguardando os resultados da investigação laboratorial.

A SES-TO em conjunto com o Ministério da Saúde, municípios, Instituto Evandro Chagas (IEC), Agência de Defesa Agropecuária do Tocantins (Adapec), Instituto de Natureza do Tocantins (Naturatins), Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (Cemave) e Fiocruz seguem com as investigações dos casos suspeitos com entrevistas com as famílias da região visando levantar informações quanto à ocorrência de sinais e sintomas compatíveis com a doença, morte de animais silvestres e domésticos e a presença de mosquitos.