O mês de novembro reúne diversas datas importantes para o incentivo e cuidado da saúde. Uma delas é o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez, que ocorre nesta sexta-feira, 10, e o objetivo principal é conscientizar a sociedade sobre a importância da audição e sobre como lidar com pessoas com deficiência auditiva, orientando sobre o que é a surdez, causas, tratamentos e profissionais responsáveis pela saúde auditiva.
Os sintomas mais comuns da perda auditiva são: dificuldade para compreender a fala - “escuta, mas não entende", falar muito alto, aumentar o volume da TV e celular e aparecimento de zumbido. Salienta-se que o atraso no desenvolvimento da fala das crianças pode indicar problemas auditivos.
A deficiência auditiva pode ser diagnosticada de duas formas, sendo a primeira conhecida como congênita, ou seja, quando a deficiência é detectada nos primeiros meses de vida e pode ser tratada. Já a segunda é chamada de adquirida, que é quando a pessoa passa por alguma situação que causa dano aos seus sistemas auditivos, podendo acontecer em qualquer fase da vida. Situação ocorrida com o Fernando Ribeiro, de 36 anos, que ficou surdo após ficar doente. “Descobri a surdez após ter meningite e o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez é muito importante, pois, é necessário o respeito à comunidade surda, que tem uma língua e precisa ser respeitada”.
Outro problema de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), é que mais de 1 bilhão de pessoas com idade entre 12 e 35 anos correm o risco de perder a audição devido à exposição excessiva a música alta e outros sons recreativos. Por esse motivo, a prevenção ainda é o melhor caminho.
A gerente de Atenção Odontológica à Pessoa com Deficiência/SESTO, Suzi Américo, frisa que a surdez pode afetar pessoas de todas as idades por isso a necessidade de promover uma conscientização sobre a importância de combater o preconceito e estigma que é associado à perda auditiva, levando a sociedade a compreender a relevância da inclusão e igualdade de oportunidade para todos. “Não podemos esquecer que a data também remete a prevenção e diagnóstico precoce, porque quando a gente pensa em surdez, logo imaginamos uma condição de nascença, mas a verdade é que sem a prevenção adequada, todos estão condicionados a desenvolvê-las. Por isso, é tão importante a adoção de medidas protetivas, como por exemplo, a realização de exames auditivos regulares, a proteção em ambientes barulhentos, o uso correto do fone de ouvido, entre outros hábitos”, acrescenta Suzi Américo.
Serviços ofertados
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferta o cuidado em saúde auditiva de forma integral e gratuita, com ações que vão desde promoção à saúde e prevenção de perdas de audição, passando por identificação precoce por meio do teste da orelhinha, até o diagnóstico em serviços especializados e reabilitação auditiva (próteses auditivas e terapias especializadas).
“O atendimento das pessoas com deficiência auditiva se dá nos diferentes pontos de atenção à saúde do SUS que compõem a Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência, envolvendo os seguintes componentes: Atenção Primária; Atenção Especializada (em Reabilitação Auditiva); Atenção Hospitalar de Urgência e Emergência, destaca a superintendente da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência, Rosa Helena Ambrósio de Carvalho.
Teste da orelhinha
A Triagem Auditiva Neonatal (TAN), conhecida como Teste da Orelhinha, tem por finalidade a identificação, o mais precocemente possível, da deficiência auditiva nos neonatos e lactentes. É um exame obrigatório garantido por lei, sendo ofertado nas maternidades.
Para reabilitação, a Secretaria Estadual de Saúde, por meio da Superintendência da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência, tem como referência o Centro Especializado em Reabilitação de Palmas (CER III) e Centro Especializado em Reabilitação (CER II APAE Colinas), os quais são habilitados no estado do Tocantins para assistência em saúde auditiva aos usuários com perda temporária ou definitiva.
Os CER’s encontram-se em pleno funcionamento, realizando avaliação dos casos com exames e consultas que envolvem o processo de Reabilitação Auditiva, destacando que a última etapa do atendimento seria a concessão da prótese auditiva.
A concessão de próteses auditivas também é considerada um recurso efetivo para crianças e adultos com deficiência auditiva. Aparelhos de Amplificação Sonora Individual (AASI), Sistemas de Frequência Modulada (Sistema FM), Próteses de Implante Coclear (IC) e Prótese Auditiva Ancorada no Osso (PAAO), permitem uma melhora significativa na vida dessas pessoas, sempre acompanhada de habilitação e/ou reabilitação auditiva. Tudo isso é ofertado pelo SUS com atendimentos ambulatoriais e hospitalares.
Cuidados
Evite manipular o ouvido; o uso do cotonete não é indicado para realizar a limpeza, que deve ser feita com uma toalha seca na borda do ouvido após o banho; evite exposição a ruídos intensos acima de 90 decibéis por um período prolongado (acima de 8 horas por dia). Quem precisa se expor, deve usar equipamentos de proteção individual (EPIs); atenção ao com o volume do fone de ouvido, que possui ruídos intensos; tenha hábitos de vida saudáveis; respeitar os intervalos de repouso quando a exposição a altos níveis sonoros é intensa; usar protetores sonoros; não fazer automedicação; controlar a exposição prolongada a sons em TVs, celulares e som de carros.