A Secretaria de Estado da Saúde do Tocantins (SES-TO) participa, de 1° a 10 de dezembro, do 1° Congresso Nacional das Mães da Resistência. O evento ocorre em Brasília/DF, dentro do projetoHivida – Celebrar a Vida para Eliminar a Epidemia de Aidse visa promover a eliminação da epidemia da doença no país. A pasta foi convidada para falar sobre o Programa Diversidade na Saúde, referência nacional de estratégias para melhoria no atendimento à diversidade de gênero.
O coordenador do programaDiversidade na Saúde/SES-TO, Francisco de Assis Neves Neto, afirmou que, “esse encontro é um grupo de mulheres de todo o Brasil, com o propósito de se unirem para apoiar as mães de pessoas de diversidade que não sabem lidar com as situações da diversidade. Eu fui apresentar o Programa Diversidade na Saúde, porque nós somos referência de um modelo de gestão e de melhoria de estratégia para alcançar os trabalhadores e melhoria no atendimento ao usuário do Sistema Único de Saúde. O encontro foi focado no segmento LGBTQIAPN+, porém a minha fala foi voltada na diversidade no contexto geral, da importância que é se discutir e se desconstruir práticas dentro do SUS para que a equidade seja prevalecida”.
A primeira secretária da Organização Mães da Resistência em âmbito nacional e coordenadora estadual do Mães da Resistência no Tocantins, Melissa Chaves, relatou que: “Nós estamos realizando esse congresso reunindo mães e as nossas coordenadoras, vice-coordenadoras e diretores de núcleos de trabalho de todo o Brasil. Temos oito mesas temáticas, compostas por nossas mães e ativistas, e também por representantes do poder público. Estão presentes aqui, representantes da Organização das Nações Unidas, do Ministério da Saúde, dos ministérios das Mulheres e dos Direitos Humanos. E os temas tratados estarão sempre ligados à construção de política pública e à garantia dos direitos dos nossos filhos e filhas”.
“Eu acho que existe um comprometimento necessário na formação de profissionais em todo o país, mas acho que o Tocantins, por ser o estado caçula, ele é quem vai formar todo o resto do Brasil. O Tocantins é um dos espaços mais atualizados entre algumas áreas, sobre políticas quando relacionadas à LGBTQIAPN+. Enquanto educadora, eu penso assim, eu sou uma mulher, sou travesti e também avó de um menino de sete anos. Se meu neto chega e falavovó eu te amo, mas eu não quero ser menino, eu quero ser menina, enquanto avó eu posso fazer duas coisas, fazer o que minha avó fez, que é acolher; ou fazer o que minha mãe fez, que é bater. Entre bater e acolher, eu estou preferindo acolher há algum tempo. Eu acho que essa tem sido a resposta para as pessoas que pensam em educação e políticas públicas como nós”, afirmou a doutoranda e mestre em educação, especialista em gênero e sexualidade, Sara Wagner Iorque.