Saúde Tocantins
Governo do Tocantins participa da Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea
Secretaria de Estado da Saúde reforça a importância de fazer o cadastro, nas unidades da Hemorrede
14/12/2023 11h25
Por: Alessandro Ferreira Fonte: Secom Tocantins

Em todo o Brasil, de 14 a 21 de dezembro, é celebrada aSemana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea. A celebração foi instituída em 2009 e tem a finalidade de incentivar ações para orientação, esclarecimento e incentivo ao ato, que salva vidas. No Tocantins, a Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) chama a atenção da população para a realização do cadastro no Banco do Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome). Todas as unidades da Hemorrede do Tocantins (Hemoto) são aptas para o serviço de cadastramento e, no Estado, existem 58.470 doadores cadastrados e mais de 100 pacientes à espera de um transplante de medula.

Para intensificar as ações durante toda esta semana a Hemoto, irá realizar palestras educativas sobre o tema em escolas, empresas e instituições. "Estaremos trabalhando a temática com os nossos parceiros, pois ainda existe muito estigma em relação à doação de medula óssea, por isso a importância de levarmos as informações corretas para a nossa população", destacou a superintendente da Hemoto, Pollyana Gomes.

A médica hematologista, responsável técnica da Hemoto, Juliana Touguinha Neves Martins, explicou que "as pessoas em tratamento de doenças relacionadas com a fabricação de células do sangue e com deficiências no sistema imunológico podem ter o transplante como única esperança de cura". A médica explicou ainda que "o cadastro no banco nacional é muito importante, pois as chances de encontrar um doador compatível entre não aparentados, ou seja, pessoas que não são da mesma família, diminui muito sendo apenas de uma a cada 100 mil pessoas cadastradas".

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Entre as histórias de pessoas que tiveram suas vidas salvas por meio da doação está a do Wilton Manoel Miranda Mourão, de 23 anos, diagnosticado com Anemia Aplástica Grave (AAG), que é uma doença caracterizada por redução na produção dos constituintes do sangue. "Aos 19 anos, fui diagnosticado com essa doença, então comecei o meu tratamento no Hemocentro de Araguaína. No início, eu tinha que receber hemácias e plaquetas, mas meu estado de saúde foi se agravando, ao ponto que eu tinha que ser transfundido de três em três dias, minha situação era grave e eu precisava fazer um transplante de medula, mas ninguém na minha família era compatível comigo. Foi aí que eu fui cadastrado no Banco Nacional e, graças a Deus, achei um doador 100% compatível comigo", contou.

Wilton Manoel fez o transplante em 2021, em Ribeirão Preto e, hoje, está totalmente curado. "Sou grato a Deus e a pessoa que decidiu fazer esse gesto que salvou minha vida, sempre falo para as pessoas da importância da doação, porque esse doador é um herói na vida de alguém", destacou.

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Como ser doador

Para se tornar um doador de medula óssea, é necessário: Ter entre 18 e 35 anos de idade; apresentar documento oficial de identidade com foto; estar em bom estado geral de saúde; não ter doença infecciosa ou incapacitante; não apresentar doença neoplásica (câncer), hematológica (do sangue) ou do sistema imunológico.

A doação

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Segundo o Redome, a doação de medula óssea pode ser feita de duas formas, punção ou aférese. A decisão sobre o método é exclusiva dos médicos assistentes.

Punção

Procedimento realizado sob anestesia em que a medula óssea é retirada do interior do osso da bacia, por meio de punções. Requer internação de 24 horas, podendo ocorrer dor no local da punção, nos primeiros dias, que pode ser amenizada com uso de analgésicos. O tempo de recuperação ocorre em torno de 15 dias.

Aférese

Método em que o doador faz uso de uma medicação por cinco dias, com o objetivo de aumentar a produção de células-tronco circulantes no seu sangue. Durante o uso desta substância, pode ocorrer dor óssea e muscular, além de cefaleia. Após esse período, a doação é realizada por meio de uma máquina de aférese, que colhe o sangue por meio de duas veias do doador, uma em cada braço, ou uma veia profunda, separa as células-tronco e devolve os componentes do sangue que não são necessários para o paciente. Não há necessidade de internação e anestesia. Poderão ocorrer náuseas, dormências, sensação de frio e hematoma no local do acesso.