O transplante de córnea é o procedimento cirúrgico indicado para os casos em que há alteração na transparência ou no formato da córnea e em alguns casos de infecção grave. No Tocantins,pacientes contam com o Banco de Olhos (Boto), que atua na busca de doadores e na preservação de tecidos oculares que serão disponibilizados à Central Estadual de Transplantes (Cetto), para distribuição, que possibilita a realização de transplantes que atendam a demanda do Estado e do País.
O Banco de Olhos do Tocantins foi criado em 2016 e, até agora, foram realizados329 transplantes de córneas, sendo 57 feitos em 2023 e o Hospital Geral de Palmas (HGP), administrado pelo Governo do Tocantins, é a referência no serviço. Atualmente, 196 pessoas estão na lista de espera para receber o transplante de córnea, que só pode ser doada após o óbito de um potencial doador, com idade entre 2 e 80 anos.
Segundo a médica oftalmologista e responsável pelo Banco de Olhos do Tocantins e pela equipe de transplante de córnea do HGP, Núbia Maia, para que cada córnea chegue ao paciente um trabalho conjunto é desenvolvido pelo Banco de Olhos do Tocantins, pela equipe da Central Estadual de Transplante do Tocantins, pela Organização de Procura de Órgãos (OPO) e pela Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (Cihdott). "O banco também recebe córneas que vêm de outros estados para pacientes que são transplantados aqui no Tocantins”, afirma Núbia Maia.
A médica acrescenta que uma das causas de transplante de córnea é o ceratocone. “É uma doença na córnea, sendo que existe uma predisposição individual para desenvolvimento e também considera os fatores ambientais. Em 2022, houve um aumento do número de transplantes, mas existe uma fila crescente de pacientes que necessitam passar pelo procedimento. O número de doações não acompanha a fila, devido ao aumento da demanda de pacientes que necessitam de transplantes”, informa a médica oftalmologista e responsável pelo Banco de Olhos do Tocantins e pela equipe de transplante de córnea do HGP.
Romério Silva é um dos pacientes atendidos pelo Hospital-Geral de Palmas. “Antes do transplante, eu tinha visão embaçada, devido a uma lesão que sofri na infância. Agora, após 30 anos, tive a oportunidade de fazer o transplante de córneas no HGP. Contei com todo suporte da equipe e consigo enxergar melhor, graças a alguém que doou as córneas", destaca.
Autorização dafamília
Conforme a coordenadorada Central de Transplantes do Tocantins (Cetto), Suziane Aguiar Crateús Vilela, é de suma importância que as pessoas falem com a sua família sobre o interesse em doar órgãos e tecidos,pois eles são os únicos que podem autorizar que o procedimento seja realizado. "A doação é um ato nobre, é uma corrente do bem doar sem conhecer quem irá receber. É o sim para vida, sim que salva e transforma vidas”.
Josemara Sá foi uma familiar que autorizou a doação de órgãos da irmã. “Minha irmã amava ajudar ao próximo. Por esta razão, eu e meus irmãos resolvemos autorizar após abordagem da equipe que nos deu confiança e falou que a doação iria ajudar outras pessoas”, declara.