A jornalista Ana Caroline Ribeiro teve sua vida transformada depois de descobrir um câncer no intestino quando havia acabado de completar 30 anos. Casada e mãe de dois filhos, ela encara o tratamento com fé e otimismo. Às vésperas de sua próxima cirurgia, Carol mobilizou amigos e familiares numa campanha de doação de sangue que já ultrapassa suas expectativas.
Quando ela recebeu o diagnóstico de carcinoma colorretal o câncer já estava no estágio 3. Em 2020 veio a primeira cirurgia. O tratamento durou cerca de 6 meses e o câncer entrou em remissão. Mas em novembro de 2022, durante exames de rotina, ela descobriu que a doença tinha reaparecido, agora em estágio 4 e com metástase no fígado.
A jornalista reiniciou a quimioterapia. Dessa vez o tratamento durou de fevereiro até dezembro de 2023. Como resultado, os tumores diminuíram. Os médicos propuseram uma cirurgia de ablação, tratamento que destrói os tumores hepáticos sem removê-los. Nesse procedimento o cirurgião expõe o fígado para que um radiologista intervencionista faça o procedimento diretamente no órgão.
“É uma cirurgia de grande porte que precisará de algumas bolsas de sangue. Por isso, comecei a pedir aos amigos que doassem em meu nome. Eu sou O+, mas estou pedindo qualquer tipo porque sei que o Hemocentro sempre precisa”, explica Ana.
A necessidade de doação de sangue se transformou em campanha para repor o estoque dos Hemocentros, que tende a ser mais baixo no período das férias em que muitas pessoas deixam de doar, ao mesmo tempo que o número de acidentes tende a subir em razão do aumento da movimentação nas rodovias.
Conforme a Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO), os estoques da Hemorrede estão em níveis críticos em todas as unidades, especialmente para as tipagens sanguíneas negativas. Para melhorar essa situação, a SES vêm realizando ações intensivas de convocação de doadores e coletas programadas com parceiros da iniciativa privada por meio da unidade móvel.
O resultado da campanha da Carol, que faz o tratamento em Palmas, pôde ser visto até mesmo no sul do estado. A Secretaria acredita que somente através dessas atividades de solidariedade, haverá o incentivo às doações e aumento do estoque, para a garantia do atendimento aos pacientes da rede pública e privada.
“Tenho amigos que combinaram de ir juntos... conhecidos que foram também. Até colegas que eu não via há tempos entraram em contato dizendo que iam doar. Tenho um amigo lá em Gurupi que doou lá em meu nome. Eu parei de contar quantos foram porque não consegui anotar tudo.”
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A cirurgia está marcada para o dia 26 de janeiro e não deve ser o fim do tratamento. Logo depois, ela deverá retomar a quimioterapia adjuvante medicamentosa para eliminar células cancerígenas residuais. Embora o diagnóstico de câncer assuste, Carol segue confiante com o resultado da cirurgia e encontra forças no apoio que tem recebido de todos à sua volta.
“Desde o primeiro dia eu fui abraçada pelos colegas de trabalho e tenho recebido muito apoio dos meus líderes. Quando você vê que não está sozinha, que tem um monte de gente, pessoas que você nem conhece inclusive, torcendo por você e te ajudando, dá um gás enorme! Estou indo para a cirurgia com muita fé, muito animada e confiante.”
Doação de Sangue
Para doar sangue, a pessoa deve estar em bom estado de saúde, ter entre 16 e 69 anos e pesar acima de 50 kg. Não podem doar quem está grávida ou amamentando quem fez endoscopia nos últimos 6 meses e quem fez tatuagem ou colocou piercing no último ano.
São impedidas de doar as pessoas que tenham tido hepatite após 11 anos de idade e quem tem doenças transmissíveis pelo sangue, como hepatite B e C, AIDS e Doença de Chagas.
O Hemocentro recomenda algumas orientações para o dia da doação:
Locais para doação no Tocantins