O Dia Mundial das Doenças Tropicais Negligenciadas é lembrado em todo dia 30 de janeiro e a Secretaria de Estado da Saúde do Tocantins (SES/TO) reforça cuidados de prevenção e conscientização sobre o tracoma, doença inflamatória ocular que pode causar cegueira. O simples ato de lavar as mãos e o rosto previne a doença.
“As campanhas de saúde pública e educação desempenham um papel fundamental na redução da incidência do tracoma em áreas de risco, além de propor medidas de intervenção e encaminhamentos com vistas à eliminação da doença, enquanto problema de saúde pública no país”, ressalta a enfermeira e técnica da Área Técnica de Vigilância do Tracoma da SES, Denize Khirlley Serpa.
O tracoma é uma conjuntivite causada pela bactéria chamadaChlamydia Trachomatis, que ocorre com maior frequência em crianças, é menos suscetível em adultos devido à melhor imunidade e à higiene pessoal. Altamente contagiosa em estágios iniciais, é transmitida por contato mão e olho, compartilhamento de objetos, moscas também podem contribuir para a disseminação da doença, por transmissão mecânica.
“Para atingir a meta de eliminação do tracoma, a Organização Mundial da Saúde define alguns indicadores, entre eles, a prevalência de tracoma inflamatório folicular menor que 5% em crianças de 1 a 9 anos, sustentada por ao menos dois anos. O Tocantins tem mantido o alcance da meta ao longo dos anos e, durante o período avaliado, a média de positividade foi de 0,8%, mantendo-se abaixo da prevalência recomendada”, acrescenta a enfermeira Denize Khirlley Serpa.
Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) apontam que, para o ano de 2022, a meta de examinação em crianças era de 16.866 e foram examinadas 17.006, dessas, 115 tiveram casos positivos, o alcance da meta foi de 100,8%. No ano de 2023, a meta foi de 16.866, foram examinadas 16.550, dessas, 156 tiveram casos positivos, o alcance da meta foi de 98,1%.
A enfermeira Denize Khirlley Serpa enfatiza a importância da participação dos municípios na execução e na continuidade das ações de prevenção e controle do tracoma. “Para assegurar a interrupção da transmissão persistente da doença, é necessário prevenir recidivas, alcançar a completa eliminação, monitorar indicadores epidemiológicos, consolidar mudanças comportamentais, garantir a sustentabilidade das intervenções e promover a integração com outras iniciativas de saúde”, finaliza.
Sintomas
Os sintomas do tracoma são sensibilidade e intolerância à luz, coceira nos olhos, sensação de corpo estranho nos olhos, vermelhidão, secreção, dor e lacrimejamento. O período entre o momento da infecção e o surgimento dos sintomas é de 5 a 12 dias. O diagnóstico é clínico-epidemiológico, realizado por exame ocular externo.
Tratamento
Realizado gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o tratamento é feito com antibiótico e cura a infecção e transmissão da bactéria, reduzindo a frequência das reinfecções e a gravidade dos casos. Em casos mais avançados, é realizada cirurgia corretiva.
Prevenção
A prevenção do tracoma pode ser realizada com a adoção de hábitos adequados de higiene, como lavagem do rosto com frequência e o não compartilhamento de objetos de uso pessoal como lenços, roupas e toalhas, entre outros.