A Fazendinha do Calor Humano, desenvolvida pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural (Seder), já se consolidou como uma unidade tecnológica para os pequenos produtores rurais de Palmas, trazendo inovação todos os anos. Nesta edição, a unidade demonstrativa trouxe um projeto piloto de cultivo protegido de hortaliças em estufa, com o manejo adequado de água, sem desperdícios. A perspectiva é que o projeto seja levado às hortas comunitárias de Palmas, para que os produtores produzam as mudas. A estufa montada na Agrotins também servirá de berçário de mudas após a feira.
Além de ser um projeto que permitirá aos produtores das hortas comunitárias terem suas próprias mudas, cultivando de forma a zerar o número de perdas, também servirá como outra fonte de renda, caso o produtor queira vender as bandejas. O preço da bandeja pode passar dos R$ 25. Segundo o agrônomo que presta assistência às hortas comunitárias, Antônio Luiz Alves, uma muda para o replantio pode ficar pronta de 12 a 15 dias - algumas espécies podem chegar a 22 dias. “A maioria dos produtores de horta compra mudas que nem sempre chegam com boa qualidade, algumas adoecem e prejudicam o cultivo”, disse, destacando que, com o projeto, o Município pretende garantir ainda mais qualidade às hortaliças cultivadas nas hortas.
Para o secretário Carlos Braga, levar esse projeto às hortas de Palmas dará mais segurança ao produtor quanto à qualidade da muda. “A Secretaria entrega anualmente adubo químico e orgânico, além de sementes, calcário às 21 hortas”. Ainda segundo o secretário estão previstas para serem executadas mais duas hortas até o final do ano.
Para o outro engenheiro agrônomo da Seder Luiz Antônio Santana Neto, o sucesso desse tipo produção protegida está principalmente no cultivo da semente, livre de contaminação, e depois no manejo adequado do cultivo. “As sementes foram plantadas em sementeiras de 200 células, enriquecidas com adubo osmocote, da formulação 14-14-14 de NPK, com dispersão lenta de nutrientes. Dessa forma, a planta recebe os nutrientes durante todo o ciclo, de forma progressiva, aliado à tela fotoconversora, que vai fazer a difusão da luz no ambiente inteiro, de forma igualitária, para que a muda faça a fotossíntese.” Dessa forma, a tecnologia utilizada ajuda a fazer o ciclo natural da muda em um ambiente protetor, com luz e água na medida certa. Também foram utilizadas a irrigação com aspersores automatizados que pulverizam as mudas 7 vezes ao dia com duração de 10 minutos.
Outra parte importante da estufa é que toda ela foi cimentada, para garantir o controle de pragas, e toda cercada por tela, que controla a radiação solar, pragas e gotículas das chuvas.