O Dia Mundial do Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH), estabelecido em 13 de julho, visa destacar a importância da conscientização sobre essa condição. No Brasil, o TDAH afeta pelo menos 7,6% das crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos, 5,2% das pessoas entre 18 e 44 anos, e 6,1% dos indivíduos com mais de 44 anos, segundo dados do Ministério da Saúde (2022).

O professor do Centro Universitário Alves Faria – UNIALFA, especialista em Neuropsicologia, João Paulo Moreira, explica que o TDAH é um transtorno de desenvolvimento que se apresenta em três tipos: desatento, hiperativo e combinado. Segundo o profissional, crianças com TDAH desatento têm dificuldade em focar e completar tarefas, enquanto aquelas com TDAH hiperativo-impulsivo são inquietas e costumam falar muito.

Já na adolescência, ainda de acordo com o professor, a hiperatividade pode transformar-se em agitação interna e pensamentos acelerados. Na vida adulta, é comum que surjam comorbidades como ansiedade e depressão, com dificuldades no gerenciamento do tempo e organização.

Diagnóstico em adultos

Moreira afirma que, na fase adulta, o diagnóstico é um desafio, justamente por ser necessário fazer a distinção entre os sintomas da condição e os sinais de outras comorbidades, como ansiedade e depressão. Segundo o professor, os sintomas ansiosos e depressivos podem mascarar os sintomas do TDAH, uma vez que o desânimo, a perda do prazer, a tristeza e outras preocupações tornam-se mais proeminentes e visíveis.

O especialista ainda enfatiza a importância do exame detalhado do histórico de vida do paciente, destacando como os sintomas de desatenção e hiperatividade influenciam o curso do desenvolvimento desde a infância até a vida adulta. “Essa investigação é o que vai fazer o profissional de saúde entender melhor a dinâmica de vivência dos sinais voltados para o TDAH e ter um diagnóstico mais apropriado.”

Dia de Conscientização do TDAH

João Paulo finaliza enfatizando a relevância de existir um dia de conscientização sobre o TDAH, pois isso permite à sociedade entender claramente o que é esse transtorno, quais são seus sinais e sintomas associados, como identificá-los e quais profissionais procurar para diagnóstico e tratamento adequados. Ele destaca a importância de reconhecer o TDAH como um problema de saúde pública que merece uma abordagem profissional e técnica, fundamental para ajudar milhares de pessoas que vivem com esse transtorno.