Na manhã desta sexta-feira (27), uma operação de grande envergadura foi deflagrada pelo Ministério Público do Tocantins (MPTO), por meio do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), visando desarticular um braço da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) no Estado. A Operação Regresso contou com o apoio da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO), Polícia Federal, Polícia Civil, Polícia Militar e Polícia Penal, mobilizando aproximadamente 90 policiais.
Ação policial e alvos da operação
Durante a operação, foram cumpridos 16 mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão, todos expedidos pela Justiça Estadual. As ações ocorreram em várias cidades do Tocantins, incluindo Palmas, Araguaína, Pedro Afonso, Colinas do Tocantins, Formoso do Araguaia, Porto Nacional, Paraíso do Tocantins e Cariri do Tocantins. Os alvos são suspeitos de integrar uma célula do PCC, uma das facções criminosas mais perigosas do país, conhecida por sua atuação em crimes como tráfico de drogas, homicídios, roubos e lavagem de dinheiro.
Base jurídica e tipificações penais
Os envolvidos responderão por vários crimes graves. Entre eles, a participação em organização criminosa, conforme tipificado no artigo 2º da Lei nº 12.850/2013, que prevê pena de 3 a 8 anos de reclusão. Além disso, muitos dos alvos são acusados de tráfico de drogas (art. 33 da Lei nº 11.343/2006), crime que pode resultar em pena de 5 a 15 anos de reclusão, e associação para o tráfico (art. 35 da mesma lei), com pena de 3 a 10 anos de reclusão. Também há acusações de lavagem de dinheiro, conforme a Lei nº 9.613/1998, artigo 1º, com penas que variam de 3 a 10 anos de reclusão, além de multa.
Desdobramentos das investigações
De acordo com informações apuradas pela reportagem da Agência Tocantins, a Operação Regresso é um desdobramento da Operação Maserati 2, realizada em fevereiro de 2023 pelo Gaeco de Santa Catarina. Naquela ocasião, Wniken Saraiva Rodrigues, identificado como integrante do PCC, foi localizado em Brejinho de Nazaré (TO). Sua companheira, Amanda Duarte da Silva, foi presa em flagrante por tráfico de entorpecentes. A investigação revelou que Amanda desempenhava um papel importante na estrutura da facção, participando da venda, distribuição e gestão financeira do tráfico de drogas.
Impacto da operação no combate ao crime organizado
A Operação Regresso representa um golpe significativo contra o crime organizado no Tocantins, enfraquecendo uma das principais facções criminosas em atuação no país. As prisões e apreensões realizadas têm o potencial de desarticular a rede criminosa que operava tanto dentro quanto fora das unidades prisionais no Estado.
As autoridades do Tocantins, em conjunto com as forças federais, reforçaram o compromisso de continuar as ações contra o crime organizado, visando à manutenção da ordem pública e à segurança da população. A análise dos materiais apreendidos durante a operação poderá gerar novas evidências, possibilitando a identificação de outros envolvidos e a deflagração de novas operações no futuro.
A ação desta sexta-feira marca um avanço importante na luta contra as facções criminosas e mostra a força e a eficácia da atuação conjunta das autoridades de segurança pública no Tocantins.
(Reportagem: Alessandro Ferreira / Agência Tocantins)