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Em Palmas, Policiais militares e Guarda municipal suspeitos de homicídio são alvos de operação da Polícia Civil

Um agente da Guarda Metropolitana de Palmas também está entre os alvos. Vale ressaltar que os policiais militares investigados sempre mantiveram uma conduta pautada na defesa da sociedade desde o início de suas carreiras.

15/10/2024 às 22h41 Atualizada em 15/10/2024 às 22h56
Por: Alex Paulo Guimarães Fonte: Redação | Agência Tocantins
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A Operação que resultou no cumprimento dos mandados de buscas e apreensão foi deflagrada pela 1ª DHPP de Palmas – Foto: Alessandro Ferreira / Agência Tocantins
A Operação que resultou no cumprimento dos mandados de buscas e apreensão foi deflagrada pela 1ª DHPP de Palmas – Foto: Alessandro Ferreira / Agência Tocantins

A Polícia Civil do Tocantins deflagrou, na manhã desta terça-feira, 15, uma operação para cumprir 14 mandados de busca e apreensão contra cinco policiais militares e um guarda metropolitano, todos investigados pelo homicídio de Jaimeson Alves da Rocha, de 35 anos, ocorrido em 18 de junho em uma oficina no Jardim Aureny III, em Palmas. Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Criminal de Palmas, com a apreensão de celulares, armas funcionais e coleta de material genético dos envolvidos. Além disso, os investigados foram submetidos a medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica, afastamento de suas funções e suspensão do porte de armas.

Investigação e versão dos policiais

Conforme os policiais da Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (ROTAM), a guarnição foi acionada pelo serviço de inteligência do Batalhão de Choque para capturar Jaimeson, que estava com um mandado de prisão em aberto. Ele teria tentado se esconder em uma oficina mecânica ao perceber a aproximação da viatura. Durante a abordagem, os policiais alegam que Jaimeson teria se recusado a se render e disparado contra os agentes, o que motivou o revide, resultando em sua morte.

Entretanto, a investigação da 1ª Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) revelou elementos que contrariam a versão apresentada. Testemunhas e imagens de câmeras de segurança indicam que Jaimeson estava rendido no momento dos disparos. A perícia revelou que ele foi atingido por três tiros – dois no tórax e um no ombro – e que a arma supostamente usada por ele foi plantada na cena após sua morte. O laudo do Laboratório de Genética da Polícia Civil confirmou que o DNA de Jaimeson foi inserido de forma forçada na arma, reforçando a tese de que houve adulteração da cena do crime.

Vida pregressa de Jaimeson e envolvimento com facção criminosa

Jaimeson Alves da Rocha tinha uma extensa ficha criminal e era integrante de uma facção criminosa, onde exercia a função de “disciplina”, sendo responsável por aplicar punições e garantir o cumprimento de regras internas do grupo. Ele respondia por crimes como tráfico de drogas, roubo, porte ilegal de arma de fogo, associação criminosa, além de desacato e resistência à prisão.

A ocorrência foi registrada na Avenida Goiás, no Jardim Aureny III, na região sul de Palmas – Foto: Alessandro Ferreira / Agência Tocantins
A ocorrência foi registrada na Avenida Goiás, no Jardim Aureny III, na região sul de Palmas – Foto: Alessandro Ferreira / Agência Tocantins

 

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Em dezembro de 2023, ele foi baleado durante uma abordagem policial após resistir à prisão e agredir um dos agentes, o que resultou em uma luta corporal. O incidente ganhou repercussão nas redes sociais e na imprensa. Após cumprir parte de sua pena, Jaimeson foi solto, mas passou a ser monitorado pelos mesmos policiais envolvidos no episódio e no dia de sua morte. Nos dias que antecederam o crime, os agentes tentaram localizá-lo em residências de familiares e seguiam seus movimentos.

Jaimeson Alves Rocha, 34 anos
Jaimeson Alves Rocha, 34 anos "vulgo Pitbull" – Foto: Reprodução / Agência Tocantins

Conduta dos policiais militares

Vale ressaltar que os policiais militares investigados sempre mantiveram uma conduta pautada na defesa da sociedade desde o início de suas carreiras. Ao longo de suas trajetórias, estiveram na linha de frente do combate à criminalidade, atuando de forma incessante para garantir a segurança pública e proporcionar sensação de tranquilidade à população tocantinense. Os militares são conhecidos pelo seu empenho no enfrentamento da violência, defendendo os cidadãos e contribuindo para a manutenção da ordem e da paz social no Estado.

Conclusão

Apesar de Jaimeson ter um histórico de envolvimento com crimes, as evidências indicam que sua morte não foi resultado de um confronto, mas de uma execução. O caso segue sob investigação pela DHPP, que busca esclarecer todos os detalhes e as circunstâncias que motivaram o crime, além de apurar a conduta dos agentes envolvidos. A atuação dos policiais, embora marcada por uma trajetória de combate ao crime, está sendo reavaliada à luz das novas provas coletadas pela perícia e pelo inquérito policial.

Outro lado

Veja o que diz a Polícia Militar

Leia a íntegra da nota

A Polícia Militar do Tocantins tomou conhecimento de que na manhã desta terça-feira,15, a Polícia Civil esteve no Quartel do Batalhão de Polícia de Choque (BPCHOQUE) para cumprimento de mandados de busca e apreensão em armários de cinco policiais que estão sendo investigados pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoas (DHPP), por terem, segundo investigações consignadas em Inquérito Policial, praticado homicídio contra um indivíduo, na Região Sul da capital Palmas, em junho deste ano de 2024, durante um cumprimento de mandado de prisão por crimes de tráfico de drogas, roubo, porte ilegal de armas e associação ao tráfico. 

A PMTO colaborou com os trabalhos do cumprimento de mandados de busca e apreensão, por meio da Corregedoria, e acompanhou o cumprimento da ordem judicial, com um oficial presente em todos os locais que foram alvos da operação.

A Polícia Militar lamenta o pedido do Delegado que preside o Inquérito da busca e apreensão nas dependências do Quartel, haja vista que as armas e os depoimentos dos policiais foram colhidos no ato da apresentação da ocorrência na Delegacia de Polícia (Depol).

Na oportunidade, a Polícia Militar do Tocantins ratifica seu compromisso com a legalidade e reforça o seu compromisso com a lei, a ordem e a ética, destacando ainda que repudia ilações ou suposições que envolvem o caso veiculadas sem a devida comprovação e que irá colaborar no que for necessário durante as investigações. 

POLÍCIA MILITAR DO TOCANTINS

 

Veja o que diz a Prefeitura de Palmas

A prefeitura de Palmas informou em nota que está colaborando com a Polícia Civil no caso do suposto envolvimento de um agente da Guarda Metropolitana, mas que não teve acesso à íntegra dos autos. "Sendo confirmada a participação do agente, a pasta tomará todas as medidas cabíveis para apurar possíveis desvios de conduta e aplicar as sanções dentro do que determina a legislação", afirma.

Veja o que diz o Sindicato que representa os Guardas Municipais do Tocantins

Sobre a operação deflagrada pela Polícia Civil nesta terça-feira, 14, no qual inclui um dos agentes da Guarda Metropolitana de Palmas, o Sindicato dos Guardas Municipais do Tocantins (SIGMEP-TO) reitera o compromisso que a GMP tem com o princípio da moralidade administrativa em nome bom serviço que presta à sociedade palmense desde sua criação.

Destaca que nunca a Guarda nunca deixou de cumprir suas obrigações institucionais e, tampouco as imposições legais às quais se submete imperativamente por força da lei.

Em nome da prudência e prezando pela boa relação entre as instituições, o SIGMEP lamenta o fato de a sede da GMP ser alvo de busca, considerando que nunca impôs nenhum empecilho a fim de atrapalhar o trabalho da Polícia Civil, mas sim sempre se colocou como parceira das demais instituições de Segurança Pública da capital.

Sobre o Guarda Metropolitano que figura como investigado, o SIGMEP acompanhará o decorrer dos futuros possíveis desdobramentos, reforçando o cumprimento da legalidade das ações, estando o GMP amparado pelo princípio da presunção de inocência O Sindicato ainda ressalta a probidade, honestidade e o bom serviço prestado pelo profissional.

 

Adalberto Bernardo

Presidente do SIGMEP-TO

 

(Reportagem: Alex Paulo Guimarães / Agência Tocantins)

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