A família do Subtenente da Polícia Militar do Tocantins, José Carvalho, que faleceu no último domingo (20), passou por momentos de extrema angústia ao enfrentar dificuldades na liberação do corpo para o velório, em um incidente que envolveu o Instituto Médico Legal (IML) de Palmas.
Segundo familiares, o médico legista de plantão teria se recusado a liberar o corpo, exigindo que o prontuário médico completo do Hospital Geral de Palmas (HGP) fosse apresentado. O problema é que o prontuário, conforme relatado, poderia levar até sete dias para ser emitido, inviabilizando a cerimônia de despedida do militar de 52 anos, que dedicou décadas de serviço à segurança pública do estado.
Izabela Alves de Araújo, filha do subtenente, descreveu o desespero ao ver a liberação do corpo ser travada por questões burocráticas. “A dor da perda já é difícil, e essa demora só piorou nosso sofrimento. O médico do IML disse que só liberaria o corpo após ter o prontuário em mãos, e esse documento poderia demorar dias”, lamentou Izabela.
Diante do impasse, a família pediu o auxílio da Polícia Militar, que enviou uma assistente social para mediar à situação. Após diversas tratativas, o corpo foi finalmente liberado para o velório, garantindo que as últimas homenagens ao subtenente fossem prestadas.
Testemunha da situação, o empresário César Rodrigues dos Santos, destacou a gravidade do ocorrido: “Se fosse preciso esperar pelo prontuário, o corpo não estaria mais em condições de ser velado adequadamente. Isso seria um desrespeito enorme à família”.
A ocorrência foi registrada pelas autoridades como prevaricação e impedimento de cerimônia funerária, o que deve desencadear investigações para apurar possíveis responsabilidades. Até o momento, o IML de Palmas e a Polícia Militar do Tocantins não se manifestaram oficialmente sobre o caso.
O incidente chamou a atenção para a necessidade de humanização nos processos que envolvem liberação de corpos, especialmente quando se tratam de servidores públicos que dedicaram suas vidas ao serviço da sociedade. Para a família e amigos, a situação agravou o sofrimento de uma perda que, por si só, já era devastadora.
(Reportagem: Alessandro Ferreira / Agência Tocantins)