Cara deputada estadual Vanda Monteiro (UB), a senhora está de parabéns: conseguiu reeleger seu marido, o vereador Márcio Reis (PSDB) como o mais votado da capital Palmas, distante do segundo colocado; também conseguiu eleger a sua cunhada Márcia Enfermeira (UB) como prefeita de Lajeado e por último ainda ajudou a emplacar o prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos (Podemos). Um desempenho realmente invejável.
Porém seus métodos não foram os mais leais e ortodoxos, principalmente em Palmas, onde a senhora foi uma das parlamentares mais votadas de 2022 e tem aqui a sua base eleitoral.
Primeiramente a senhora utilizou a base de eleitores formada principalmente pelos mais de 650 cargos indicados pela senhora no governo do estado para pedir voto para o então candidato a prefeito Júnior Geo (PSDB), contra a candidata do próprio governo Janad Valcari (PL) e fez isso às escondidas, jurando que ninguém estava vendo e dizendo ao palácio que estava “neutra”, supostamente tendo liberado sua base para votar em quem quisesse, uma vez que segundo a senhora não poderia afrontar o governo ao qual seria leal e por outro lado não tinha como apoiar Janad Valcari devido às suas diferenças “intransponíveis”.
Com a derrota do seu candidato ainda no primeiro turno, passou a apoiar às escondidas do governo, Eduardo Siqueira Campos (Podemos) novamente contra a candidata do Palácio Janad Valcari, utilizado principalmente as suas indicações políticas de mais de seis centenas de contratos temporários e cargos comissionados do próprio governo, que a senhora jurava ter liberado, mas que NÃO, repito NÃO LIBEROU.
Fazendo uma conta simplória sobre o peso de suas indicações e convertendo-as em votos, podemos concluir o seguinte: com 650 indicações, cada uma com ao menos o voto de outras duas pessoas que moram na mesma casa e dependem dessa renda para sobreviver, o número de votos já chega facilmente a 1.950.
Considerando ainda que a senhora pediu o “empenho desses servidores e familiares na eleição para a prefeitura de Palmas”, inclusive ameaçando-os com a exoneração caso não se engajassem, podemos ao menos supor, de forma conservadora, que cada um conseguiu ao menos mais um voto. Ou seja: com a estrutura do estado a senhora garantiu cerca de 3.900 votos para Eduardo Siqueira.
Considerando ainda que num segundo turno cada voto vale por dois, a senhora sozinha conseguiu pender 7.800 votos para o seu candidato apenas com a estrutura do Governo, numa eleição cuja diferença foi de 8.989 votos, pode-se dizer tranquilamente que A SENHORA CONTRIBUIU DE FORMA DECISIVA para que Eduardo Siqueira tenha sido eleito prefeito de Palmas.
É bem verdade deputada, que a mentira tem perna curta, mas às vezes consegue correr muito, antes de ser descoberta. E no último dia de eleição, eis que vieram à tona suas fotos, com a senhora orgulhosa do seu prefeito eleito, estampando no peito o número do seu candidato e revelando de forma inequívoca o que já se sabia semanas antes. Logo a senhora que não saia dos corredores do Palácio Araguaia e do gabinete do governador, pedindo cargos e fazendo juras de lealdade e fidelidade política a Wanderlei Barbosa (Republicanos), o traiu no momento em que ele mais precisava da senhora.
Na vida, existe uma máxima cravada pelo sempre celebre Leonel Brizola: “a política adora a traição, mas odeia o traidor”. Descoberta a sua traição contra o governador Wanderlei Barbosa e contra seus próprios eleitores, resta agora encarar as consequências de suas atitudes, sabendo que implicará necessariamente na exoneração de muitos desses cargos indicados pela senhora no governo e utilizados indevidamente como cabos eleitorais. E a senhora não pode negar o óbvio, mesmo com as fáceis lágrimas de crocodilo que rolam do seu rosto sempre que tenta sustentar a mais absoluta mentira. Sua retórica de vítima não será suficiente dessa vez para esconder sua verdadeira personalidade: a de uma traidora.
Que vergonha, deputada Vanda Monteiro.
Palmas, Tocantins, dia 05 de novembro de 2024
Por: Patrícia Alves, jornalista.