Ex-jogador de basquete e ídolo nacional, Oscar Schmidt segue se tratando de um câncer e passa o isolamento social no interior de São Paulo com sua esposa Maria Cristina, e uma funcionária que mora com eles. Para o ex-atleta, que chegou a tentar carreira política em 1998, o cenário atual dos governantes não é dos melhores.
- Eu votei no Bolsonaro, tinha um otimismo danado nele, muito mais que a maioria das pessoas. Mas, todos os dias o cara dá chance pro azar. Eu achei que seria diferente. Confiei e me arrependi. Ele tem mostrado ser outra pessoa, com um despreparo danado para ocupar um posto tão importante. É muito triste durante uma pandemia a gente ainda ter que se preocupar com política. Esse vírus não tem partido, ele pode matar qualquer um. E pra quem ainda chama isso de gripezinha, isso me deixa louco - disse ele, aos 62 anos, para o "UOL".
Na década de 1990, o então jogador de basquete "levou um toco" e ficou em segundo lugar na disputa para o Senado por São Paulo, ganhando 5.752.202 votos. Oscar tem seu ídolo na parte política e reconhece que falta mais atenção dos governantes brasileiros com o povo.
- Eu acho que falta humildade, porque tem gente morrendo e eles querem discutir posições ideológicas. Como o presidente vai a pé do Planalto até o Supremo, fala para mim? Como ele se enfia no meio de uma manifestação? Ninguém aprova isso. Você é exemplo, tem que ser exemplo, meu amigo. Usa a máscara, troca a roupa, deixa o sapato fora de casa. Meu ídolo é o Moro. Como você tira ele do Governo, me diz?
Em outro momento da entrevista, Oscar volta a criticar Bolsonaro e se diz incrédulo com o presidente da república que ele ajudou a eleger se "mostrar tão despreparado para o cargo que caiu no colo dele".
- Nas ruas, muita gente sem máscara. Claro, né? Se a população ouve o presidente dizendo que não precisa de máscaras, pra que usar?
Ao contrário do exemplo de muitos representantes em Brasília, Oscar está em sua casa em Alphaville e diz ter escutado dos médicos que está curado da doença que ele luta desde 2011, quando descobriu um tumor cerebral.
- É minha obrigação ficar em casa. Esse vírus é perigoso e mata. Estou trancado há três meses, deixando de ganhar dinheiro com eventos, palestras e publicidade por um bem maior que é minha saúde e o Brasil. Sou um soldado do meu país, e se preciso for, entro na guerra também.
Ele ainda revelou que precisa seguir trabalhando para não "morrer de fome". Oscar já fez algumas cirurgias nessa vida - algumas pela carreira como esportista e outras devido a doença - e assume que perdeu o medo da morte. Mesmo assim, reforçou que mantém os protocolos de segurança para evitar a contaminação da COVID-19.
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